quarta-feira, 10 de outubro de 2012

DIA 11 DE OUTUBRO ABERTURA DO ANO DA FÉ.


             CARTA APOSTÓLICA “PORTA FIDEI”- ANO DA FÉ
COMEMORAÇÃO DOS 20 ANOS DO CATECISMO DA IGREJA    CATÓLICA
 1. Preâmbulo
Tem-se instalado em muitos um sentimento religioso vago e pouco comprometido com a vida; ou ainda várias formas de agnosticismo e de ateísmo prático, que redundam numa vida pessoal e social levada "etsi Deus non daretur, como se Deus não existisse” (João Paulo II no Congresso Nacional da Igreja Italiana em 23. 11. 1995).
À luz desta observação feita pelo Beato João Paulo II podemos compreender a necessidade e utilidade pastoral do Ano da Fé, anunciado por papa Bento XVI: tirar o “cansaço da fé” e tornar Deus presente no mundo. O Ano da Fé irá de 11/10/2012 (50º aniversário de abertura do Vaticano II) a 24/11/2013 (Solenidade de Cristo Rei).
 A fé é elemento central no cristianismo. A pergunta sobre Deus se coloca juntamente com a questão da fé. O que é a fé ? Ter fé hoje em dia? O que é ter fé, num mundo que não pergunta mais sobre a verdade das coisa, mas pergunta sobre a utilidade das coisas? O mundo hoje pede fatos concretos, eficiência. A pessoa de fé, ao contrário confia naquilo que não é feito por ela, não é visível, confia naquilo que é dado por um Outro. A fé dá um sentido profundo à existência. Este sentido porém, não pode ser construído pelo homem, mas recebido (é dom). Na fé eu recebo o que não pensei, por isso, a necessidade de ouvir, ouvir o que Deus revela: ouvir a Palavra de Deus.
 A noção cristã de fé é correlativa à noção de Palavra de Deus. A fé tem dois aspectos interligados: confiança pessoal em Deus e aceitação-obediência ao que Ele revela. A fé é a atitude de quem está plantado no chão sólido da Palavra de Deus (cf. J. Ratzinger, in Introdução ao Cristianismo, Loyola, SP, 2005, 2ª Ed., p.52).
 A Palavra se fez carne! Em Jesus Deus se manifestou, por isso nós cremos em um Tu, em uma pessoa. O sentido de tudo é Jesus, “autor e consumador da fé” (Hb 12,2). Assim a fé cristã distingue-se da opinião, da crença, da ideologia e também da religião. A fé cristã tem a ver com a verdade e o amor. O essencial da fé consiste na resposta confiante e no abandono a Deus que em Jesus Cristo veio até nós. O Concilio Vaticano II apresenta a fé cristã nestes termos: “A Deus que revela deve-se prestar a obediência da fé, pela qual o homem se entrega livre e totalmente, oferecendo a Deus revelador, a submissão plena da inteligência e da vontade e dando voluntariamente assentimento à revelação feita por Ele” (Dei Verbum n.5).
 A fé cristã, portanto, é atitude pessoal e livre, de entrega amorosa e confiante a Deus, a partir da aceitação da Revelação que é transmitida pela Palavra encarnada: Jesus Cristo. Vale notar que na teologia de Bento XVI é marcante o tema da fé. Ele enfatiza de um lado a centralidade da fé e a necessidade de propô-la e de outro a crise de fé.
 2. Introdução
É antigo na Igreja o costume de se ter anos temáticos: Jubileus, Anos Santos, Anos Marianos, etc. João Paulo II ampliou tal costume. Recorde-se o jubileu do ano 2000 e sua preparação. Podemos auferir deste costume: a) o reavivamento da consciência eclesial a respeito de um aspecto da vida cristã, b) animação da ação evangelizadora das Igrejas locais, c) solidificação do sentido da comunhão universal dos fiéis.
 Já houve um Ano da Fé em 1967 proclamado por Paulo VI. A ele se refere Bento XVI na Carta Apostólica Porta Fidei, com a qual faz a indicção do Ano da Fé. Qual seria a intenção ou objetivo deste Ano da Fé? O Papa retoma o objetivo do Ano da Fé declarado por Paulo VI no 19º centenário do martírio de S. Pedro e S. Paulo: “retomar a exata consciência da fé para reavivar, purificar, confirmar, confessar a fé” (Paulo VI, Exort. Apost. Petrum et Paulum Apostolos in AAS 59 (1967) 801). O Papa Bento XVI afirma: “os conteúdos essenciais (da fé) necessitam ser confirmados, compreendidos e aprofundados de maneira sempre nova para se dar testemunho coerente deles em condições históricas diversas das do passado”(Porta Fidei n 4) e ainda objetiva-se: “a profissão da verdadeira fé e sua reta interpretação”(Porta Fidei n. 5).
Bento XVI anunciou sua intenção de convocar o Ano da Fé em 16 de outubro de 2011, na homilia da missa celebrada com os participantes da Congregação Plenária do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização: “Será um momento de graça e de compromisso para uma conversão a Deus cada vez mais completa, para fortalecer a nossa fé nele e para O anunciar com alegria ao homem do nosso tempo” (Texto in www.vatican.va). No dia seguinte foi publicada a Carta Apostólica Porta Fidei, que fora assinada dia 11 de outubro.
O Papa volta ao tema na sessão plenária da Congregação para a Doutrina da Fé, dia 27 de janeiro de 2012, ele explicita como a iniciativa do Ano da Fé responde ao desafio atual que ele considera crucial: a crise de fé: “Estamos diante de uma profunda crise de fé, de uma perda do sentido religioso, que constitui o maior desafio para a Igreja de hoje. A renovação da fé deve ser, portanto, a prioridade no compromisso de toda a Igreja nos nossos dias. Desejo que o Ano da Fé possa contribuir, com a colaboração cordial de todos os componentes do Povo de Deus, para tornar Deus novamente presente neste mundo e para abrir aos homens o acesso à fé, ao confiar-se àquele Deus que nos amou até o fim (cf. Jo 13,1), em Jesus Cristo crucificado e ressuscitado” ( cf. texto in www.vatican.va).
Em vista do Ano da Fé foi constituído um Comitê ligado à Congregação Para a Doutrina da Fé, a qual, com a colaboração de outros organismos da Santa Sé (Pontifício Conselho para a Nova Evangelização especialmente) elaborou um conjunto de indicações, intitulado Notas com indicações pastorais para o Ano da Fé (Nota).
A seguir apresenta-se uma exposição do conteúdo da Porta Fidei, também se fará uma referência ao conteúdo da Nota, e por fim uma articulação dos temas centrais com os meios indicados para se implementar o Ano da Fé.
3. Breve síntese do conteúdo da Carta Apostólica Porta Fidei
 O texto está dividido em 15 parágrafos que agruparemos em seções temáticas:
 a) Introdução (1-3): A porta da fé (At 14,27) que introduz no caminho da fé que é vida e comunhão com Deus em Igreja. Necessidade de que a fé seja proposta explicitamente.
Número 1 São apresentados os elementos: pessoal e comunitário/eclesial, existencial e objetivo, sacramental e escatológico da fé (pontos fundamentais da teologia da fé). O caminho da fé inicia-se com o Batismo, por causa dele podemos nos dirigir a Deus como Pai. Crer na Trindade é crer no Deus de Amor.
Número 2- necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar a alegria do encontro com Cristo. Alerta para o fato de muitos cristãos sentirem maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, como se ela fosse pré-suposta, “...tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado”.
Número 3- toca no fundamento antropológico da fé, a necessidade humana do absoluto e no aspecto teológico da antropologia: só Deus satisfaz plenamente o coração do homem. A Palavra de Deus nos orienta, Jesus a Palavra encarnada é o caminho para a salvação.
 b) Proclamação do ano da fé e suas motivações ( 4 - 5)
Número 4 -Abertura do Ano da Fé coincidirá com o cinquentenário da abertura do Vaticano II e os vinte anos da promulgação do Catecismo da Igreja Católica, “...com o objetivo de ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé”, “obra fruto do Concílio” “desejada pelo Sínodo de 1985 como instrumento a serviço da Catequese”. A abertura do Ano da Fé vai também coincidir com o Sínodo dos Bispos (Tema: Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã). Será ocasião “...para introduzir o complexo eclesial inteiro num tempo de reflexão e redescoberta da fé”. Recorda o Ano da Fé proclamado por Paulo VI em 1967.
Número 5- Alude ao Concílio Vaticano II cujos textos “não perdem seu valor nem sua beleza” “textos qualificados e normativos do Magistério” “o concílio como grande graça de que se beneficiou a Igreja” “bússola segura para nos orientar”. Os textos conciliares lidos a partir de uma justa hermenêutica são “uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja”.
c) Objetivos centrais do Ano da Fé (6 – 7)
Estes números explicitam e aprofundam os dois objetivos centrais do Ano da Fé que são interligados:
Número 6- Primeiro objetivo: renovação da Igreja através de “uma autêntica e renovada conversão ao Senhor”, “A fé que atua pelo amor”(Gl 5,6) torna-se um novo critério de entendimento e de ação que muda toda a vida do homem”. A fé é apresentada como resposta ao amor de Deus anunciado pela Palavra de Salvação.
Número 7- Segundo objetivo: uma nova evangelização: “o amor de Cristo nos impele” assim “a fé torna-nos fecundos”. O Papa faz notar a partir de Santo Agostinho que “...só acreditando é que a fé cresce e se revigora”. O mesmo amor de Cristo que move à fé e à conversão, impele também à evangelização. Trabalha o tema da fé como perfeição antropológica que se manifesta na alegria: “A fé torna-nos fecundos, porque alarga o coração com a esperança”
d) Ações fundamentais do Ano da Fé: refletir, confessar, celebrar e testemunhar a fé (8-9)
Número 8- Exorta a “celebrar este ano de forma digna e fecunda”, intensificando a reflexão sobre a fé e encontrando formas “de fazer publicamente profissão do Credo”. Com a reflexão sobre a fé intensificada, se pretende “ajudar todos os crentes em cristo a tornarem-se mais conscientes e revigorarem sua adesão ao Evangelho”. A confissão da fé, em variadas formas e lugares, pretende suscitar “a exigência de conhecer melhor e transmitir às futuras gerações a fé de sempre”.
Número 9- A celebração da fé ajudará a redescobrir a importância da liturgia e, principalmente, a centralidade da Eucaristia. Espera-se que o testemunho de vida dos crentes “cresça na sua credibilidade”. Apresenta-se então, a partir do significado do Credo para a experiência da fé, o tema da indissociabilidade entre o ato de fé e os conteúdos da fé: “Descobrir novamente os conteúdos da fé...e refletir sobre o próprio ato com que se crê, é um compromisso que cada crente deve assumir, sobretudo neste Ano”.
e) Dimensões da fé: “ato de fé” e “conteúdo da fé”, pessoal e comunitário (10)
 Neste número, o parágrafo mais longo do documento, o Santo Padre apresenta os traços gerais do percurso de aprofundamento da compreensão dos conteúdos da fé quanto do ato de fé. Primeiro vem a reflexão entre ato e conteúdo, em seguida, a reflexão entre os aspectos: pessoal e comunitário. Partindo de Rm 10,10, toma o coração e a boca como símbolos dos dois aspectos: o coração indica o ato pessoal e livre que acolhe o conteúdo da fé. A boca indica os conteúdos professados. O coração indica a dimensão pessoal, a boca a dimensão comunitária. O ato pessoal e livre é possibilitado pela graça que age e transforma a pessoa até o íntimo da alma. A profissão com a boca indica que a fé implica um testemunho e um compromisso públicos. Enquanto decisão é ato pessoal e leva a buscar as razões pelas quais se acredita e exige assumir a responsabilidade social daquilo que se acredita. Em seguida pondera que o primeiro sujeito da fé é a Igreja. A profissão pessoal da fé se fundamenta na fé recebida. Eu creio a fé da Igreja: eu creio, nós cremos! Concluindo o parágrafo o Papa toca na situação daqueles que embora não tenham fé, vivem na busca do sentido último e da verdade definitiva. Afirma ser esta situação um “preâmbulo” da fé.
 f) Catecismo da Igreja Católica como instrumento para se chegar a um conhecimento sistemático da fé (11 – 12)
Número 11- Vai indicar o Catecismo da Igreja Católica como “subsídio precioso e indispensável”(11), como meio eficaz de se chegar a um conhecimento sistemático da fé e assim atingir os objetivos deste Ano da fé : “...o Ano da Fé deverá exprimir um esforço generalizado em prol da redescoberta e do estudo dos conteúdos fundamentais da fé, que têm no Catecismo da Igreja Católica sua síntese sistemática e orgânica. Nele, de fato, sobressai a riqueza de doutrina que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante seus dois mil anos de história”(11). O catecismo une os grandes temas da fé á vida cotidiana: “Em sua própria estrutura, o Catecismo da Igreja Católica apresenta o desenvolvimento da fé até chegar aos grandes temas da vida diária”. Alerta ainda para a necessidade de se unir a compreensão e profissão da fé à liturgia: “Sem a liturgia e os sacramentos, a profissão de fé não seria eficaz”.
Número 12- O Papa indica o Catecismo da Igreja católica como verdadeiro instrumento de apoio da fé sobretudo aos que tem a incumbência da formação dos cristãos. Aborda também a situação da fé questionada pela ciência e a tecnologia, o papa escreve: “A Igreja, porém, nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas, embora por caminhos diferentes, tendem para a verdade”(12).
 g) Repassar a história de nossa fé e o testemunho da caridade (13-14)
Número 13- A seguir o papa convida a repassar a “história da fé”, que evidencia a santidade entrelaçada com o pecado. A primeira incentiva para o progresso da fé, o segundo aponta para a necessidade de uma sincera e contínua conversão. Partindo de Jesus Cristo, repassar “os exemplos de fé que marcaram estes dois mil anos da nossa história de salvação”. Fazendo uma paráfrase de Hebreus cap. 11, o papa recorda suscintamente o testemunho dos que viveram pela fé nesses dois mil anos a começar por Maria e José, Apóstolos e Mártires das primeiras comunidades e todas as testemunhas nos diferentes contextos e situações. Em conclusão, afirma Bento XVI: “Pela fé, vivemos também nós. Reconhecendo o Senhor Jesus, vivo e presente na nossa vida e história”.
Número 14- Neste número indica que o Ano da Fé será uma ocasião propícia também para intensificar o testemunho de caridade. A maior de todas as virtudes é a caridade. “Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta” e acrescenta: “Fé e caridade reclamam-se mutuamente, de tal modo que uma consente à outra realizar seu caminho”. O testemunho da caridade resplandece na dedicação amorosa da vida de tantos cristãos a seus semelhantes nas diversas necessidades, reconhecendo neles o rosto do Senhor (Mt 25,40). Este testemunho tem uma dimensão escatológica.
 h) Conclusão (15)
 Número 15- Convida a que sintamos dirigida a nós a exortação feita por Paulo a Timóteo para que “procure a fé” (2Tm 2, 22) com a mesma constância de quando era novo (2Tm 3,15). Em seguida assinala temas como a resposta que devemos dar aos sinais dos tempos, e as provas da vida, “...a fé obriga cada um de nós a tornar-se sinal vivo da presença do Ressuscitado no mundo”. Expressa o desejo de que o Ano da Fé possa tornar cada vez mais firme a nossa relação com Cristo Senhor; “Com firme certeza, acreditamos que o Senhor Jesus derrotou o mal e a morte. Com esta confiança segura, nos confiamos a Ele. Ele, presente no meio de nós vence o poder do maligno” (cf. Lc 11,20). Na sua palavra final o papa confia à Mãe de Deus, “feliz porque acreditou” (Lc 1,45), o Ano da Fé como um tempo de graça.
 4. Nota
 Mencionada no número 12 da Porta Fidei, com a finalidade de oferecer indicações para viver o Ano da fé nos moldes mais eficazes e apropriados, a Nota foi publicada dia 06 de janeiro de 2012. O texto é dividido em duas partes: uma introdução e as indicações pastorais.
 A introdução retoma as características gerais do Ano da Fé já indicadas na Porta Fidei, ressaltando que ele quer contribuir para a) uma conversão renovada ao Senhor Jesus b) à redescoberta da fé, c) para que todos os membros da Igreja sejam testemunhas credíveis e alegres do Senhor ressuscitado.
Na segunda parte apresenta os objetivos das indicações pastorais: favorecer o encontro com Cristo e solicitar a responsabilidade eclesial diante do convite do Santo Padre de viver o Ano da Fé como tempo de graça. As indicações são agrupadas em níveis: Igreja Universal; Conferências Episcopais; Dioceses; Paróquias; Comunidades; Associações e Movimentos. A última indicação faz um apelo para que os fiéis comuniquem a própria experiência de fé e caridade, dialogando e sendo missionários em todas as direções e com todas as pessoas. (cf. indicação IV,10).
5. Articulação dos temas centrais da Porta Fidei com os meios indicados para implementar o Ano da Fé.
O modo como se articulam os diversos elementos e temas na Porta Fidei é linear e simples.
O encontro com Jesus Cristo confere pleno sentido á vida humana. A partir deste encontro, tem início o caminho da fé que revela a Trindade Santa: Deus de Amor. Deus pode ser chamado de Pai. Este encontro se dá no itinerário da experiência de fé, como um ato plenamente pessoal, consciente e livre, cujo início é o anúncio do Evangelho, a conversão e o batismo. Em seu início está a experiência da conversão, na qual a vida é plasmada pela graça que transforma.
 O encontro com Cristo traz em si mesmo a exigência de compreensão das razões pelas quais se crê. O conhecimento do conteúdo da fé é essencial para se dar o próprio assentimento, isto é, para aderir plenamente com a inteligência e a vontade. Há também a necessidade de não dar por pressuposto o conhecimento do conteúdo da própria fé, pois tal pressuposto deixou de existir. É preciso explicitar a fé.
 A profissão, a vivência e o testemunho da fé, é fato pessoal e comunitário indissociável. Cada crente crê a fé da Igreja, transmitida por ela e em seu âmbito, vivida e celebrada. A comunidade eclesial está sujeita ao mesmo processo contínuo de progresso na fé. Também ela é sujeita à conversão permanente, como renovação e reforma.
 O compromisso da Comunidade com o anúncio do Evangelho a faz procurar formas adequadas para a transmissão da fé nos novos contextos, respondendo aos novos desafios (nova evangelização). A missão, a comunicação aos outros é parte dessa experiência. “A fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria” (n. 7).
 Os temas indicados neste último parágrafo, reforma e nova evangelização, estão a serviço dos temas indicados no primeiro, experiência e conhecimento da fé. As indicações práticas dadas pelo papa, são também objetivas e tradicionais: confessar a fé, celebrar a fé, refletir a fé pessoal e comunitariamente, em vista de seu renovado testemunho no mundo de hoje.
 Os instrumentos são também os da Tradição: a) textos do Concílio Vaticano II, (interpretados com uma correta hermenêutica), b) Catecismo da Igreja Católica (como fruto do concílio e síntese sistemática e orgânica da fé da Igreja), c) a história da fé, d) o testemunho de caridade que procede da fé vivida. *(Aqui talvez pudéssemos acrescentar como outro instrumento válido, também o Compêndio da Doutrina Social da Igreja, redigido pelo Pontifício Conselho Justiça e Paz, a pedido do Beato João Paulo II, e publicado em junho de 2004. Na Porta Fidei o papa bento XVI, chama atenção para a necessidade do testemunho de fé através da caridade e o próprio Catecismo diz: “A Revelação cristã leva a uma compreensão mais profunda das leis da vida social” (cf. n. 2419).
6. Conclusão
 Reavivar a fé, aprofundar seu conteúdo, dar testemunho da alegria de crer. Este tempo de graça que o Ano da Fé nos propõe, e que a Carta Apostólica Porta Fidei nos explicita, merece nossa acolhida e nosso compromisso de desenvolvê-lo da melhor maneira possível entre nós.
Quanto às dificuldades e desafios que nos são propostos neste tempo de mudança de época, permitam-me recordar o Evangelho de Mateus (10,16): “Eis que eu vos envio como ovelhas em meio aos lobos”. Este é um convite de Jesus para não lamentarmos. Para a missão e vivência da fé os tempos serão sempre difíceis. Jesus quis alertar os apóstolos desde o início a respeito desta realidade. Seria ilusão pensar que os tempos serão melhores para receber e viver a fé. Haja vista os mártires que sempre existiram. O ministério em favor da fé será sempre contestado, mas também, será sempre sustentado pela virtude do Espírito e da graça, sinais da força do Reino de Deus.
Dom Pedro Carlos Cipolini
 Bispo de Amparo-SP
Fonte: Diocese de Amparo.
 
Postagem: Rosangela da Graça Martinski
Coord,(Pascom Santuário Senhor Bom Jesus da Pedra Fria).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá. Obrigado por visitar o nosso blog.
Deixe aqui a sua sugestão, seu elogio ou até mesmo a sua reclamação.
O espaço aqui é reservado para escrever o que você quiser. Porém não serão admitidos palavrões, ofensas, calúnia, etc. e muito menos spam e propagandas.

Que o Senhor Bom Jesus da Pedra Fria te abençoe!